Uma análise sobre a inlcusão da AI na Espiral do Design.
Andrei Gurgel
Olá, Codesigners!
Eu queria compartilhar com vocês algumas reflexões que tenho feito sobre a integração da Inteligência Artificial em nossos processos de design, especificamente através do método Espiral do Design.
A Espiral do Design é uma abordagem que eu criei baseada na minha prática de mais de 25 anos na criação de produtos digitais. Ela reflete a velocidade e a não linearidade do processo que sempre encontrei em meus projetos.
Mais recentemente, pude ver como ela acolhe a velocidade e o potencial colaborativo da Inteligência Artificial, porém, garantindo que as necessidades humanas estejam em primeiro plano. Isso porque desde sempre a Espiral não se tratava apenas do usuário; é sobre todos os envolvidos no processo.
É sobre descentralizar. Tenho alertado: o Design Centrado no Usuário não sobreviverá à era AI.
Ok, e por que não?
Porque o Design Centrado no Usuário possui um caráter prescritivo, onde um Designer é o especialista que cria soluções para um usuário, que é passivo no processo. Em breve, qualquer pessoa poderá utilizar um prompt para sugerir uma solução de design nesses termos, sem a necessidade de uma análise aprofundada - seja você, o cliente ou o sobrinho do cliente.
O que torna a Espiral do Design única?
O uso apropriado da IA no Design ocorre quando combinamos essas capacidades da IA com a criatividade e empatia dos codesigners humanos, como incentivado pela abordagem da Espiral do Design. Essa mistura acelera nossa capacidade de entender, idealizar, prototipar e validar soluções que são não apenas inovadoras, mas profundamente relevantes para todos os stakeholders.
A Espiral é uma proposta ética para o trabalho com pessoas e IA, não substituindo, mas valorizando o conhecimento e a experiência humana.
A Espiral do Design considera como ideial uma compreensão mais ampla da experiência. Não se trata da "Experiência do Usuário", mas de uma interconexão de experiências. Ela não se limita apenas aos usuários, mas inclui os atores impactados por nossos designs.
Envolve ciclos contínuos mas não lineares de entendimento, ideação, prototipagem e validação, refletindo a forma como criamos inovação no meio digital, sem receitas prontas - Não há um ordem fixa ou definida.
AI é um Codesigner na Espiral do Design, e não o dono da verdade. Ao integrar a IA, melhoramos nossos esforços colaborativos. Ferramentas de IA podem nos ajudar a iterar e refinar ideias rapidamente, tornando nossas sessões de codesign mais produtivas.
Como a IA se encaixa na Espiral?
A IA atua nos apoiando em todos os seus momentos da Espiral do Design:
Entendimento: Analisando grandes conjuntos de dados para descobrir insights.
Ideação: Estimulando codesigners a terem ideias ao combinar possibilidade propostas.
Prototipagem: Embora ainda precisemos de meios mais apropriados para gerar interfaces originadas de um processo de Product Design, já existem algumas ferramentas que auxiliam propondo componentes que podem ser usados.
Validação: Criando roteiros de validação colaborativa junto com os demais Codesigners humanos.
Indo além dos Usuários: Sempre importante relembrar, nossos designs impactam um público mais amplo—clientes, usuários, não-usuários e a comunidade em geral. Se o que fazemos tem a capacidade de ir além de usuários, não há uma razão para centralizar decisões apenas nesse aspecto. O método Espiral do Design aponta para uma opção que consideremos essas perspectivas, levando a soluções mais inclusivas e impactantes.
"Faça o que eu prescrevo" é o prompt centralizador, fruto de abordagens centradas no usuário. Esse é, em análise, o Design que está vivendo a sua última era (iteração).
Enquanto que:
"Faça o que nós cocriamos" é o prompt que é gerado pelo processo colaborativo do Design, que na minha visão é o caminho mais rico e promissor para a atuação do Design com IA e outras pessoas.
Fez sentido? Vamos conversar. Abração.
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